O mercado de celulares em 2023
O mercado global de celulares enfrenta um período de desaceleração que se reflete em outros segmentos da indústria de tecnologia. A inflação é um dos principais obstáculos que contribuíram para uma retração significativa no setor, e as previsões divulgadas pela IDC indicam que o desempenho comercial não deve melhorar tão cedo.
Segundo analistas, a fraca demanda por novos produtos tem sido um fator que atrasa a recuperação do mercado de celulares, que registrou um dos piores índices de vendas da última década em 2022. De acordo com as projeções, espera-se que o segmento sofra um encolhimento de 3,2% nos envios de celulares em 2023, mas se recupere e retome o crescimento em 2024.
As previsões anteriores indicavam que o mercado de celulares teria uma redução de 1,1% em 2023. No entanto, os analistas adotaram uma visão mais pessimista devido ao cenário desfavorável da economia global. Apesar das dificuldades esperadas para este ano, a IDC acredita que o setor terá uma recuperação em 2024, com um crescimento de 6% em relação a 2023.
Nabila Popal, diretora de pesquisa, ressalta que as empresas fabricantes de celulares estão adotando uma estratégia mais cautelosa em 2023, especialmente após um período de baixa demanda que resultou em excesso de estoque em 2022.
“O estoque de canais ainda está alto em muitas regiões e, embora as condições tenham melhorado, a confiança dos fornecedores ainda é baixa”, comenta Ryan Reith, vice-presidente de rastreamento de dispositivos de consumo da IDC.
Reith observa uma tendência de lançamentos de celulares dobráveis, porém, a inflação e os preços elevados dificultam a expansão desses dispositivos no mercado. Diante disso, é possível que algumas empresas passem a oferecer uma variedade de produtos com preços mais competitivos.
Uma análise prévia realizada pela IDC Brasil revelou um encolhimento de quase 7% no mercado nacional de celulares em 2022. Cerca de 40,6 milhões de smartphones foram vendidos no último ano, representando uma redução de 1,74% na receita. Os especialistas apontaram que os resultados para o país em 2023 devem ser próximos ou inferiores aos do ano anterior.